Ponto de Partida

A Estação Ponto de Partida se instala na antiga Sericícola de Barbacena, fábrica de seda fundada em 1912, a mais sofisticada das Américas em sua fase áurea. Sua história se embaraça com a imigração italiana em Minas Gerais, 1888, com o desenvolvimento industrial do início do século XX, com o princípio do trabalho feminino no Brasil.

É testemunha dessa história um belíssimo conjunto arquitetônico que, abandonado, sofreu os mais variados tipos de ocupação e depredação. Em 1998, o Ponto de Partida assumiu o primeiro casarão como sede de suas criações teatrais e, aos poucos, se tornou guardião desse patrimônio. Hoje, o reinaugura completamente restaurado, centro de formação e produção cultural em plena atividade, graças à aliança, à determinação, ao compromisso e ao trabalho de um grupo de artistas, da comunidade onde ele vive, das empresas que o patrocinam e do poder público. O projeto de restauração foi conduzido pelos arquitetos Alexandre Rousset, Luciana Araújo e Tereza Bruzzi.

O Ponto de Partida devolve para Barbacena, Minas e o Brasil um pedaço da nossa herança, não apenas para resguardá-la mas, principalmente, para que se configure como Estação capaz de abrigar as mais diversas bagagens, os sonhos mais improváveis e abrir-se para os deslimites do eterno e do encantado.

Compõem a Estação Ponto de Partida – a Casa do Ponto, a Bituca: Universidade de Música Popular, a Casa Palavra e lindos jardins! Visite!

JUNHO DE 2016

16 E 17 – Menu Degustação, no Café da Estação

CASA DO PONTO

antiga sede operacional da fábrica ocupada pelo Ponto de Partida em 1998

Tem cara e ternura de casa de vó. Ela abriga, além de parte do acervo de 35 anos do Ponto de Partida, sua rotina de ensaios, pesquisa e o trabalho com os Meninos de Araçuaí. Seu grande salão é um pequeno teatro. De lá, saem todas as invenções, as estratégias de luta, as rotas de vôo! Recebe gente do mundo inteiro para confabular, criar, barganhar experiências, recarregar esperança. Quando o cheiro da broa de milho e o gosto do pão de queijo se debruçam sobre a longa mesa de idade inconfessável, como mágica, parece que as infâncias são eternas, fraternos todos os encontros e possíveis todos os caminhos.

 

BITUCA: UNIVERSIDADE DE MÚSICA POPULAR

antiga escola de ofício das operárias, restaurada de 2006 a 2009

Imagine uma escola de música brasileira, profissionalizante, que trabalha com uma metodologia singular, plantada num casarão de sóbria beleza cercado por nacos de Mata Atlântica e suas araucárias centenárias, onde os mestres são, ao invés vez de acadêmicos, músicos de sucesso, com cursos inteiramente gratuitos. Imagine!

Em 10 anos de atividade, a Bituca: Universidade de Música Popular tornou-se uma referência e hoje tem 255 alunos vindos de 65 cidades, de XX estados. Também se oferece como palco para shows e oficinas de grandes músicos.

 

CASA PALAVRA

antiga sede administrativa, restaurada de 2013 a 2015

Lugar de ouvir e alinhavar histórias. De trocar livros já sabidos por outros cobiçados ou acolher o lançamento dos acabados de se inscrever em percalina. De ler em voz alta as palavras capazes de nos comover, nos inspirar. De sentar-se com intermináveis xícaras de café ou rubras taças de vinho, olhar sem pressa em outros olhos e recontar a vida, reinventar o mundo, beber com gosto nossa humanidade compartilhada. Pelas janelas, a mata, os jardins, as fontes exibem-se sem pudor. Um despropósito!

 

JARDINS

revitalizado pelo Ponto de Partida de 2014 a 2015

Além do cipreste italiano, gigantesco e centenário, que arranca suspiros de quem passa, a área externa de cinco mil metros quadrados não contava mais que com meia dúzia de amoreiras, porção de buracos no asfalto e duas fontes secas. Está certo que a vastidão de Mata Atlântica que abraça o conjunto trazia verde-conforto, mas os olhos ainda não estavam satisfeitos de beleza. O INHOTIM, então, inventou um jardim que brotou das mãos de dezenas de voluntários. O arruamento e o pátio de apresentações ficaram cravados de mármore e as estrelas ganharam reforço com a iluminação que transforma o conjunto em cenário. Uma nascente, há anos abandonada, foi recuperada e empresta suas águas às fontes restauradas, às flores, à vida da Estação. Tudo ofertado. Assim, como legado, se cunha aos olhos de todos a generosidade e a envergadura do espírito humano.

 

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